A noção de software como objeto sígnico e os pontos de alteridade
20/05/2012 23:04
Quando a Xerox desenvolveu a primeira GUI (graphical user interface) na década de 70, do século passado, ela abriu o mundo da informática para um campo ainda pouco explorado: o da manipulação direta através de elementos semióticos. Existe, por certo, a ideia de que o computador é usado através de signos, cada aspecto deste, da mais simples linguagem a uma interface de última geração, são signos. Estudar os signos em softwares, entender como eles funcionam, é entender o ambiente (físico) das enunciações em meio digital. Neste trabalho - cf. Souza, 2010 - estudamos os signos nas interfaces dos softwares como marcas ideológicas de um eu e de um outro (BAKHTIN, 1996) que perpassam por relações de alteridade. Para tanto, observamos e
descrevemos como a interface do software de webmail, interage com o sujeito utilizador, ao enviar chamados (enunciações que aparecem na interface) dos autores/desenvolvedores desse software. Intuímos que os signos nas interfaces dos softwares são objetos semânticos que se adaptam e se moldam em situações de interação. Eles evocam sempre do sujeito usuário, uma atitude responsiva ativa uma vez que são pontos de manifestação do eu e
do outro. Observamos e descrevemos também as relações de alteridade que se estabelecem entre os protagonistas da atividade, interface-sujeito-utilizador com base nos postulados teóricos da Teoria Dialógica da Linguagem (BAKHTIN, 1997) e da Ergolinguística (SCHWARTZ, 2002 a;b e FAÏTA, 2002). Concluindo que a interface do software é uma coleção de signos que são interpretados por sujeitos em interação com o artefato computacional.
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Souza A.G A noção de software como objeto sígnico e os pontos de alteridade. In. Encontro Virtual de Documentação em Software Livre e Congresso Internacional de Linguagem e Tecnologia online. V. 1, N. 1, junho de 2011.